Audiência avalia medidas de combate à criminalidade em Pernambuco
Ações e estratégias anunciadas pelo Governo do Estado para o combate à criminalidade foram questionadas nesta quarta (3) em debate da Comissão de Segurança Pública da Alepe.
Com a participação de profissionais e representantes da sociedade civil, a audiência pública identificou gargalos do setor e recebeu demandas por valorização de policiais, ampliação dos efetivos e melhorias em políticas públicas consideradas ineficazes.
Autora do pedido para a realização do debate, a deputada Delegada Gleide Ângelo (PSB) ressaltou que, em 2023, houve redução nos indicadores de violência em todo o Brasil, com exceção de cinco estados – sendo Pernambuco um deles.
Para ela, isso coloca em xeque a efetividade do programa Juntos Pela Segurança, o plano de defesa social anunciado pelo Governo do Estado no ano passado.
“O plano ainda tem muitos vazios, muitas perguntas sem respostas. A gente não sabe exatamente e continua sem saber como é feito o monitoramento, qual a meta de diminuir mês a mês. Só sabe que prevê reduzir crimes em 30% até 2026”, disse a parlamentar, após presidir a audiência pública.
Gleide Ângelo lamentou que o Estado tenha a segunda maior taxa de homicídios do país (38,8 por 100 mil habitantes) e ressaltou a dificuldade de diálogo por parte do governo Raquel Lyra.
Representando a Polícia Civil e a Secretaria de Defesa Social, a delegada Beatriz Leite afirmou que o Juntos pela Segurança tem como prioridades reduzir as mortes violentas, os crimes contra o patrimônio, a violência contra a mulher e os roubos e furtos de veículos.
De acordo com ela, há reuniões semanais de monitoramento e análise dos indicadores de violência com a participação da governadora e da vice-governadora Priscila Krause.
“Já estamos mostrando um grande avanço na redução dos crimes contra o patrimônio e estamos na luta para diminuir o de mortes violentas,que sabemos que ainda é alto. Todas as operativas estão muito comprometidas na redução desses índices.”, afirmou a subchefe da Polícia Civil.
Durante a discussão, o deputado Coronel Alberto Feitosa (PL) citou exemplos de localidades como Nova York, Colômbia, El Salvador e os estados de São Paulo e Goiás para exemplificar a importância da articulação de diferentes instituições públicas, lideradas pelo Poder Executivo, no combate à criminalidade.
“Em todos locais do mundo onde houve redução na violência houve um engajamento explícito do poder público”, reforçou.
Joel da Harpa (PL), por sua vez, defendeu uma participação maior do governo federal nas políticas de segurança pública. Ele ainda sugeriu que, a exemplo do que é feito com a Saúde e a Educação, haja na Constituição Federal um percentual mínimo de recursos a serem investidos em Segurança Pública.
Os deputados Eriberto Filho (PSB) e Gilmar Júnior (PV) apoiaram as manifestações pela valorização de policiais e nomeações de concursados.